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Reflexão – “A vida como um culto a Deus”

Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês.

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:1, 2 NVI)

O apostolo Paulo inicia o capítulo 12 da carta aos Romanos fazendo um pedido aos seus leitores. Na verdade, mais do que um pedido, ele estava quase que implorando a eles que colocassem em prática, que observassem o que ele já lhes havia orientado nos capítulos de 1 a 11.

É interessante o fato do capítulo começar com a conjunção “portanto” o que indica justamente que o que ele passa a escrever associa-se e, até mesmo conclui um raciocínio anterior.

Paulo toma por base para fazer tal apelo a misericórdia de Deus. Aliás, a mesma misericórdia estampada nos capítulos anteriores.

O que o Apóstolo está fazendo é despertar seus leitores para o fato de Deus vir ao longo dos séculos “esticando o elástico”, usando de longanimidade e paciência para com uma criação que insiste em rebelar-se contra Ele e, portanto, tendo como única alternativa voltar-se para o Criador prestando-lhe o culto verdadeiro que ele espera de todos aqueles que se aproximam dele.

Paulo tem em mente uma certeza: só a misericórdia de Deus pode permitir-nos realizar sua vontade expressa nesta carta e é isso que Paulo passa a rogar a seus leitores.

A linguagem usada pelo Escritor Sagrado é uma linguagem muito conhecida dos seus leitores judeus, ou seja, a linguagem dos cerimoniais religiosos da lei mosaica.

O que ele está fazendo é estabelecer um paralelo entre uma religião marcada por rituais, por sacrifícios, por observação de dias, coisas e locais sagrados que tinham por objetivo vindicar a santidade de Deus, e uma religião mais simples focada não em atos exteriores mas numa nova realidade onde a vida em toda a sua sacralidade é que é integralmente apresentada a Deus como sendo a maior e verdadeira expressão de culto.

Este sacrifício oferecido dentro desta nova realidade cúltica (diferente dos oferecidos na antiga realidade que oferecia um animal que morria pelas mãos do sacerdote), é um sacrifício vivo.

Trata-se um sacrifício vivo por pelo menos dois motivos: Primeiro porque todos os sacrifícios anteriores ao sacrifício de Jesus, o Cordeiro de Deus, foram apenas sombras de uma realidade muito mais excelente que foi o sacrifício de Jesus na Cruz, que fez com que quaisquer outros sacrifícios se tornassem desnecessários uma vez que ele morreu de uma vez por todas demonstrando que de verdade aqueles sacrifícios eram apenas sobras de uma realidade maior.

Mas, este sacrifício descrito por Paulo é também um sacrifício vivo porque o Espírito do Deus Vivo habita dentro de todo aquele que entendeu e aceitou o Supremo Sacrifício, bem como o fato de que Cristo venceu a morte para que esta não mais nos derrotasse e enfim, o Deus vivo pudesse morar em uma casa viva.

Mas, este sacrifício vivo também é um sacrifício santo. Em sua carta aos Efésios, no capítulo 1, Paulo afirma que num ato soberano, Deus nos separou para ele, ou seja, ele nos escolheu antes da fundação do mundo e nos chamou dentro da história para vivermos para ele.

Portanto, o que possibilitou que o nosso novo sacrifício fosse um sacrifício santo foi o ato de escolha e de separação que o Eterno fez antes da fundação do mundo e, confirmado por Jesus por sua morte e ressurreição.
Um sacrifício vivo e santo é o único culto que pode agradar a um Deus também vivo e santo.

Então, hoje, dentro desta nova realidade de culto, a religião que Deus espera é a entrega integral da vida de pessoas que foram separadas por Ele e para Ele. Este é o sacrifício agradável a Deus, o culto racional e verdadeiro.

Dentro da perspectiva da integralidade da sacralidade da vida e do culto, Paulo nos exorta a não nos conformarmos com este sistema anti-Cristo que se rebela cada vez mais contra a vontade de Deus.

O que ele está dizendo é para não assumirmos a forma deste sistema, para não ficarmos parecidos com aqueles que não estão nem aí para Deus e sua vontade.

Ele vai nos dizer que a única maneira de evitarmos que isso aconteça é vivermos no contínuo processo de formação espiritual marcado por uma íntima relação com o Pai, revelado no Filho por meio do seu Espírito que habita em nós.

É justamente dentro desta relação com a trindade que Deus revela a nós a sua vontade que é boa, perfeita e agradável. Ela é uma vontade boa porque vem de um Deus bom.

É uma vontade perfeita porque se adéqua a realidade individual de cada um, e é agradável porque não nos violenta, mas sim nos conquista e nos consola quando de alguma forma se choca contra nossos interesses, o que não é raro.

Sendo assim, a melhor coisa que podemos fazer é atendermos ao apelo do Paulo e entregarmos a nossa vida por inteiro como um culto perpétuo a Deus, buscando conhecer e cumprir sua vontade em nossas vidas e influenciarmos a nossa cultura com a cultura do Reino de Deus, revelada em sua Santa Palavra.

Pr. André Félix