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Reflexão – “Eu também não a condeno. Agora vá e continue na sua vida de pecado”

Recentemente ouvi um debate interessante na rádio CBN a respeito da popularidade do Papa Francisco, popularidade esta evidenciada pelo número de visitantes em suas aparições a cidade do Vaticano que quase triplicou em comparação as visitas feitas ao mesmo lugar durante o pontificado de antecessor.

No debate, a jornalista Viviane Moré se disse fã do papa Francisco, sobretudo por ele estar próximo das pessoas, enfrentar as questões contemporâneas e, assim, ter conseguido dar uma mudada de direção à igreja, resgatando-a.

Segundo a jornalista, seu mérito está em conseguir atrair pessoas sem abrir mão dos dogmas da igreja, pois “os dogmas da igreja são dos dogmas da igreja e, embora eles continuem existindo, podemos exercitar o perdão”.

Segundo Viviane, em recente entrevista no período de natal e ano novo, o papa afirmou que “existem debates muito mais importantes do que ficar discutindo a respeito de homossexualidade e contracepção, como por exemplo a Síria e a violência no mundo”.

A jornalista encerra sua participação dizendo que o papa encontrou uma “terceira via”, fugindo das discussões, que segundo ela são dogmáticas, alcançando assim o homem contemporâneo que não trabalha mais com a ideia de certo ou errado.

Embora não queria colocar em cheque a motivação do atual papa ao enfrentar questões extremamente importantes, e entender que de fato, não podemos perder tempo com questiúnculas moralistas que em nada edificam, penso que não podemos deixar de enfrentar questões que, muito mais do que dogmas da igreja, são princípios e valores absolutos e inegociáveis presentes na Palavra de Deus.

A impressão que tenho é que a igreja (considerando também a igreja evangélica) tem relativizado absolutos, buscado uma terceira via e até mesmo rendido-se a pensamentos e comportamentos que são uma afronta aos princípios e valores do Reino de Deus.

Recentemente deparei-me numa rede social com a foto de um menino que vi crescer na igreja. Ele estava ao lado de outro menino da mesma idade celebrando alguns meses de namoro.

Não que me cause espécie o fato de dois meninos estarem namorando, pois, este tem se tornado um comportamento muito comum nos nossos dias.

Na verdade, o que me causa espécie e porque não dizer, indignação, é o fato de algumas lideranças ditas cristãs estarem optando pela terceira via, ou seja, relativizando os absolutos de Deus e de sua Palavra achando ser normal comportamentos evidentemente condenados nas Escrituras Sagradas.

No capítulo 8 do Evangelho de João lemos:  “Então Jesus pôs-se de pé e perguntou-lhe: “Mulher, onde estão eles? Ninguém a condenou? ” “Ninguém, Senhor”, disse ela. Declarou Jesus: “Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado”.

Quando lemos os versos de 8 a 11 do capítulo acima citado, chama atenção a maneira como Jesus trata uma mulher que havia sido flagrada em adultério.

Embora a lei de Moisés determinasse que em tal caso a mulher devesse ser apedrejada até a morte, Jesus usa de compaixão com aquela mulher, perdoa seu pecado, mas não relativiza o que é absoluto.  Na verdade, ele a exorta a não continuar no pecado.

Jesus não fugiu da questão, não mudou de assunto, falando por exemplo da fome em Israel ou da violência contra as mulheres, (embora tenha trabalhado para matar a fome dos famintos e dignificar a figura da mulher),  encontrando assim uma terceira via e não foi frouxo.

Como muitos líderes religiosos tem sido com medo de se tornaram antipáticos e na contramão de  uma sociedade cada vez mais relativista.  Jesus amou aquela mulher e por isso lhe disse: “agora vá e abandone sua vida de pecado”.

A impressão que tenho é que muitos pastores e líderes  estão querendo superar o mestre em graça ao anunciarem um perdão que não exige mudança de vida e uma regeneração que não redunda em santificação.

A impressão que tenho, é que muitos têm relativizado a Palavra, amando o pecador mas também amando o pecado e por isso, não condenando-o.

Penso que cada vez mais precisamos amar as pessoas como Jesus amou e isso implica em mostrar a elas que o pecado é uma afronta à santidade de Deus e que suas consequências são desastrosas tanto na existência atual quanto na eternidade.

Como servos de Jesus não podemos tentar ser mais graciosos que o nosso mestre dizendo: “Eu também não a condeno. Agora vá e continue na sua vida de pecado”, mas sim: “Eu também não a condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado”.

Deus te abençoe,
Pr. André.